segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Pelos Trilhos de Nazareth



Mais uma semana passada e mais uma caminhada prestes a começar, desta vez fomos até à Nazaré, povoação com uma longa história cujo núcleo inicial seria a actual Pederneira, terra de pescadores desde o século XII, era denominada então Seno Petronero, que significa Golfo da Pederneira. Situava-se, nessa época, mais para o interior e era a pesca na Lagoa a fonte de riqueza da vila. Desenvolvida, no final do século XV, com a chegada dos pescadores da assoreada e despovoada vila de Paredes, foi um dos mais importantes portos de mar dos Coutos do Mosteiro de Alcobaça.


O progressivo afastamento do mar, devido ao assoreamento da Lagoa e ao aparecimento da nova praia, levaram à decadência da Pederneira, em finais de setecentos. Nem a vinda dos Ílhavos e de outros pescadores e marítimos da zona da Ria de Aveiro para a vila lhe deu animo. Lentamente os seus habitantes vieram fixar-se na recente enseada, a actual Nazaré cujo nome se conjectura de provável origem fenícia.

O ponto de encontro foi um largo sobranceiro ao promontório do Sitio da Nazaré, onde iniciamos a nossa rota histórica até ao Forte de São Miguel Arcanjo, situado no promontório do canhão da Nazaré.




Nazaré vista do Sitio


Pormenor da Nazaré


Descida para o Forte
      
Forte de São Miguel Arcanjo
         
No forte descemos até ao miradouro sobre o oceano, local de pesca amadora e admiramos a vista sobre a costa e sobre o rochedo a que chamam a pedra do guilhim.




Pedra do Guilhim


Pesqueiro e miradouro do Farol




De seguida rumámos à praia do Norte e apreciámos o seu extenso areal a perder de vista.


Praia do Norte


Descida para a praia do norte




Depois de atravessado o areal e entramos nos meandros do centenário Pinhal de Leiria por onde deambulámos num trilho com muita areia a lembrar o sua origem dunar.


Pinhal de Leiria


Trilho do Pinhal



E começa a aventura, há que atravessar um túnel de escoamento de águas em que felizmente cabem pessoas....





E eis que no meio do pinhal emerge um monte rochoso como se de uma ilha escarpada se tratasse. Estamos perante o Monte de São Brás ou São Bartolomeu, uma elevação de origem magmática com 156m. No topo, entre grandes penedos, ergue-se a capela de São Brás que está relacionada com um episódio da Lenda da Nazaré no qual se conta que, no ano de 711, quando o último rei visigodo Rodrigo e frei Romano ali chegaram, fugidos dos muçulmanos vencedores da batalha de Guadalete, traziam consigo a sagrada imagem de Nossa Senhora da Nazaré e um pequeno cofre, em marfim, com relíquias de São Brás ou de São Bartolomeu.


Monte de São Brás



Depois de uma tentativa abortada de abordagem do monte pelo lado sul...






contornámos o rochedo e subimos pelo trilho oficial tendo aproveitado o cume para a habitual paragem da Banana Time e apreciar as belas vistas sobre a região.


Trilho do monte de S. Brás


Chegada ao cimo do Monte


O Topo






Vista do cimo do Monte de S. Brás

Ainda visitámos a ermida de S. Brás no cimo do monte e descemos por um belo trilho de escadas...


Ermida de S. Brás




E continuamos pelo pinhal até a antiga lagoa da Pederneira hoje transformada em campo agrícola que mais lembra a lezíria que uma lagoa.





Lagoa da Pederneira



Passámos a ponte sobre o rio Alcoa e subimos a serra da pescaria...




Foz do Alcoa



Em seguida descemos até à milenária igreja de São Gião, cujas origens se perdem na noite dos tempos desde templo dedicado a Neptuno do período romano até igreja cristã visigótica de influência asturiana que comprova a antiguidade e importância histórica desta terra da Nazaré.



Friso em relevo

Interior da Igreja


Capitel visigótico


Em seguida voltámos a norte até ao porto de abrigo e subimos o monte até à antiga Pederneira, núcleo populacional original destas terras...







Não sem alguns contratempos, nomeadamente o trilho ir desembocar na área privada do SPA de um moderno hotel, espaço de onde rapidamente saímos sem quaisquer incidentes que não fossem o espanto de algumas hóspedes...


Nazaré vista da Pederneira

Chegada ao local do SPA do hotel

SPA do hotel



Largo da Pederneira

Dali rumámos à vila da Nazaré propriamente dita e junto ao sopé do escarpado promontório procurámos um trilho mais difícil que a calçada que liga a vila ao Sitio até que mais próximo do elevador conseguimos um trilho de areia para subir com uma vista soberba sobre uma das vilas mais pitorescas de Portugal!



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No final da ultima subida do percurso chegámos ao Sítio da Nazaré, onde nos divertimos com as trocas de conversas de uma Nazarena vestida a rigor com as tradicionais 7 saias.






Praia

As sete saias fazem parte da tradição, do mito e das lendas desta terra tão intimamente ligada ao mar. Diz o povo que representam as sete virtudes; os sete dias da semana; as sete cores do arco-íris; as sete ondas do mar, entre outras atribuições bíblicas, míticas e mágicas que envolvem o número sete. 




Nazarena mostrando as 7 saias

Depois da pose para a foto de grupo, passámos pelo famoso miradouro do Sitio da Nazaré, onde alem das vistas podemos apreciar o tradicional trajar nazareno e os seus tão peculiares habitantes.






Capela de Nossa Senhora da Nazaré


E assim acabámos mais uma grande e plena actividade!











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