quinta-feira, 2 de maio de 2013

Os Gigantes de Rodão


Há já algum tempo que queria voltar a Ródão, a Vila Velha de Ródão e mais uma vez subir aquele rochedo imponente que faz parte do denominado Complexo das Portas de Ródão e acima de tudo faz parte do meu imaginário infantil, uma formação geológica resultante da intersecção do relevo geográfico com o curso do rio Tejo, que aqui corre entre duas paredes escarpadas, que atingem cerca de 170 m de altura, fazendo lembrar duas "portas", uma na margem norte pertencente à Beira Baixa, e outra a sul no concelho pertencente ao Alto Alentejo.


As portas de Ródão vistas da ponte em Vila Velha de Ródão

Às 9:00 horas lá estávamos 15 Bravos Caminheiros no acesso à ponte que liga a Beira Baixa ao Alto Alentejo, olhando a escarpa e sonhando com a sua conquista .


A Ponte que liga o Alto Alentejo à Beira Baixa


Passámos para a outra margem e começámos a nossa saga numa grande algazarra como é habitual, e ao olhar as margens do Tejo verificámos logo ao longe que o nosso trilho planeado estava coberto pelas águas pois decerto estariam fechadas as comportas da barragem do Fratel.
    




Sem outra alternativa demos NOVOS TRILHOS à paisagem, e muito a custo lá conseguimos perfurar a frondosa vegetação por entre fetos, silvados e arbustos, umas vezes junto à água outras mais longe.


   

Até que começamos a avistar a escarpa de perto e pudemos admirar a sua imponência!


Por entre fetos avistámos a escarpa


Como era a bela!


E quando já parecia uma eternidade, eis a cascalheira da escarpa em toda a sua magnitude a desafiar-nos!



 



Depois da cascalheira veio um pequeno trilho com alguns troços um pouco mais técnicos que exigiram pontualmente um pouco de escalada mas nada de muito difícil.


 
 


Durante a subida, paisagens deslumbrantes do apertado vale entre as escarpas!


Ponte sobre o Tejo em Ródão
   




Já quase a atingir o topo do rochedo, avistamos os seus habitantes e defensores, os grifos!


Olhando os Grifos a sobrevoarem-nos


Finalmente chegámos ao topo e la estava a recompensa da conquista!



A Oeste com o Tejo a seguir o seu curso


A sul, Arneiro e Conhal

A recompensa da conquista do rochedo, Banana Time

Conquistado o rochedo, continuamos o nosso percurso rumo ao porto fluvial do Arneiro a jusante das portas de Ródão.


Porto do Arneiro
   



Chegámos ao sitio da exploração aurífera da época romana, o conhal do Arneiro. Trata-se de uma exploração mineira romana onde os depósitos auríferos seriam desmanchados pela força erosiva da água captada e armazenada na bacia hidrográfica da Ribeira da Nisa, através de um engenhoso sistema hidráulico e canais de encaminhamento de água.


   
Montículos de calhaus rolados resultantes da separação mineira

Em seguida dirigimo-nos para a aldeia do Arneiro mas antes ainda tínhamos uma subida à "Novos Trilhos" a provocar-nos desafiadoramente lá do alto e à qual não conseguimos resistir...



   


Arneiro, terra de pescadores, uma aldeia típica do Norte Alentejano.


 
 



Depois de um merecido descanso com o calor a apertar partimos para mais uma etapa, as margens do Tejo e a central da Velada na ribeira de Nisa seu afluente.



Rio Tejo
 


Os edifícios em ruínas do complexo da Central da Velada.




Mas eis que mais um obstáculo se nos afigura, o trilho não tem passagem para a outra margem, há que descobrir um vau da ribeira onde seja possível a travessia... e la nos deparamos com um troço mais baixo com pouca corrente onde se pode atravessar sem perigo...



Atravessando a Ribeira de Nisa


E novamente subimos à planície Alentejana tão saudosa nas minhas memórias.... e nesta altura multicolorida com o grito da primavera.





Serra das Talhadas e Portas de Ródão ao fundo

Planície





Muros de Xisto e Sobreiros característicos da zona


O Alentejo com vista para a Beira Baixa


E para completar o itinerário subimos a serra de São Miguel rumo à Beira Baixa onde deixámos os carros.


  


Completámos o périplo por terra de Ródão novamente na ponte de Vila Velha cansados mas tranquilos e felizes depois de um dia pleno de aventuras e boa disposição.


   



O Tejo visto da ponte


Assim finalizámos o nosso trekking de sábado e fomos até Nisa onde tomámos um refrescante banho para depois irmos provar as iguarias regionais relacionadas com o peixe de rio, as célebres sopas de peixe do rio, sável com açorda e enguias fritas com sopas de peixe, uma delicia onde não faltou a animação do grupo regional "Fora de Horas", de que fica aqui um pequeno registo.







 Fomos então descansar pois no dia seguinte esperava-nos mais uma aventura por terras da vizinha AMIEIRA DO TEJO!







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